Quando em 2012 frequentava o Ar.Co o Miguel Branco, professor na escola, propôs-me o seguinte exercício: Fazer desenhos de linha, num Moleskine, usando plantas como modelo.
Assim fiz. Comprei o caderno grande, de folhas amareladas, com capa dura preta e comecei a desenhar.
Utilizei umas vezes lápis de grafite, noutras lápis de cor, noutras ainda aparo e nalguns casos um pincel muito fino.
Às tantas surgiu-me a ideia de coser.
O primeiro desenho não saiu muito bem porque o fio era demasiado grosso, mas era um pormenor fácil de corrigir.
Depois senti vontade de aumentar a escala, o tal “Faça maior” que o meu pai me dizia quando eu fazia as minhas pequenas tapeçarias (era assim que eu, na altura, chamava aos trabalhos que fazia com tecidos e fios).
Comecei a usar folhas de papel Fabriano Artistico de 300 gramas e utilizei muito linhas de bordar e também algumas colagens.
Os trabalhos com fios têm a particularidade de, ao serem virados do avesso surgir uma nova imagem, e por isso denominei-os “Desenhos Reversíveis”.
Intitulei a série “Natureza Descomposta” — na realidade, duplamente descomposta — e a maior parte das obras foram mostradas numa exposição com o mesmo nome em 2013.